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Uso tecnológico do fogo tem mais de 70 mil anos

domingo, 16 de agosto de 2009


Ferramentas fabricadas há 72 mil anos eram excelentes facas e armas de caça Os primeiros seres humanos modernos já empregavam a tecnologia do fogo para fabricar ferramentas de pedra há 72 mil anos no sul da África, segundo estudo publicado nesta sexta-feira pela revista Science. "Descobrimos que os primeiros homens modernos, há 72 mil anos, ou até há 164 mil anos, na costa da atual África do Sul, já controlavam minuciosamente o fogo para, depois de um complexo procedimento, esquentar a pedra e alterar suas propriedades", afirmou Kyle Brown, da Universidade do Cabo, coautor do estudo. Até agora, os traços mais antigos de utilização do calor para fabricar ferramentas tinham 25 mil anos. Restos de silcreto, um amálgama de sílica capaz de ser modelado quando aquecido, foram encontrados enterrados em um sítio arqueológico de Pinnacle Point, na costa da África do Sul. Os arqueólogos repetiram a técnica empregada pelos seres humanos pré-históricos. "Os resultados foram surpreendentes", disse Curtis Marean, paleoantropólogo e professor da Universidade do Arizona. "Depois de aquecido, o silcreto adquiriu uma cor vermelha profunda e tornou-se facilmente fracionável. Além disso, era muito parecido com o que encontramos no sítio arqueológico. Ao utilizar o silcreto, conseguíamos produzir cópias muito convincentes das ferramentas originais." As ferramentas fabricadas há 72 mil anos eram excelentes facas e armas de caça. "Nossa descoberta demonstra que esses primeiros homens modernos tinham um conhecimento elaborado do uso do fogo", acrescentou o pesquisador americano, que considera possível a existência concomitante de uma capacidade intelectual complexa e uma linguagem que tornaria possível o ensino da tecnologia. "Considero um exagero essa suposição", pondera o pesquisador brasileiro Walter Alves Neves, da Universidade de São Paulo (USP). "Em tese, seria possível dominar a técnica sem precisar da linguagem." Mas ele considera a descoberta interessante. O achado foi visto como mais uma prova de que a África foi o berço de todos os homens modernos, há 100 mil ou 200 mil anos. "Eles deixaram o clima quente há 50 mil anos e foram para o frio da Europa e da Ásia", diz Marean.

(Com AFP e EFE)
(O Estado de SP, 14/8)

Imagem: Arqueologia experimental desenvolvida no Projeto Cariri e Tarairiú: Cultura Tapuia nos sertões da Paraíba.

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