Patrimônio histórico de Campina Grande: esquecimento ou omissão?
sábado, 7 de agosto de 2010
Caminhar no centro histórico de Campina Grande (Tombado pelo IPHAEP em 2002) tornou-se um exercício de paciência, principalmente no tocante a readaptação da visão (se é que pode acontecer isso com certa rapidez). É simplesmente assombroso o processo de esquecimento dos órgãos públicos fiscalizadores no tocante ao que ainda resta do centro histórico da cidade. Ou seria pura omissão?
A verdade é que, a cada novo dia, o caminhar por essas ruas revela-me a situação caótica das nossas edificações históricas: além do total abandono de muitas edificações que contam nossa história, o comum, atualmente, é o novo BOTA-ABAIXO dessas edificações (uma quase repetição do que ocorrera na cidade nos anos 30 e 40 do século XX). Em um único dia fotografei pelo menos quatro antigas residências, todas em áreas tombadas, que literalmente falando foram “tombadas” ao chão. Em outras palavras, foram derrubadas para novas construções.
Finalmente, qual é a função de um centro histórico? Qual a função de um tombamento? Qual a função do órgão fiscalizador?
Uma edificação histórica que vai ao chão é parte da história de um povo (de uma época) que desaparece sem deixar vestígios.
Enfim, faz-se necessário que medidas emergenciais sejam tomadas para estabilizar, manter o que ainda resta do patrimônio histórico/arquitetônico de Campina Grande.
Necessariamente, preservar o patrimônio não é barrar o progresso, mas é desenvolver atividades sustentáveis que preserve traços do passado e caminhe para o futuro.
Tombar uma área implica, acima de tudo, em pensar o que fazer e como fazer para a preservação do bem material tombada e não, meramente, deixar que o tombamento fique apenas no papel e entregue ao Deus Dará.
Prof. Dr. Juvandi de Souza Santos
Historiador/Arqueólogo