SPA denuncia destruição do patrimônio histórico em CG*
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Por: Alberto Simplício
A má preservação do patrimônio histórico de Campina Grande tem preocupado a Sociedade Paraibana de Arquelogia (SPA). De acordo com a sociedade, em nome do progresso estão sendo destruídos imóveis que ajudam a contar a história da cidade e não há uma política de preservação instituída no âmbito municipal.
Um dos exemplos que atestam essa situação, segundo o presidente da APA, o historiador Vanderley Brito, são prédios do centro da cidade, tombado em 2002 pelo Instituto Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphan). “Algumas lojas aos poucos vão promovendo adaptações que escondem o valor arquitetônico das fachadas. Não há uma fiscalização e quando existem denúncias, elas já ocorrem depois que o prejuízo histórico ocorreu”, avalia.
Um dos casos de desrespeito mais recente, segundo Vanderley Brito, foi a instalação de uma rede de fibras óticas no centro da cidade sem o devido acompanhamento de especialistas. (veja imagem**) “Durante as escavações promovidas, não havia nenhum arqueólogo. Nesse tipo de obra geralmente surgem vários indícios de materiais que ajudam a contar a história do nosso povo, mas isso foi completamente ignorado”, relata.
Hoje é comemorado o Dia do Patrimônio Histórico, mas na avaliação do presidente da APA, de maneira geral não há muito o que se comemorar. “Prédios históricos como o Cassino Eldorado, o Cine Capitólio, os armazéns da Estação Velha estão em ruínas, enquanto que outros, como o antigo Cine Babilônia, perderam completamente sua essência”, lamenta. Ele também denuncia que na época de veraneio existe um aumento crescente de demolições de casarões antigos, pois é quando as pessoas se divertem em João Pessoa, por exemplo, que as construtoras aproveitam para demolir patrimônios de grande valor histórico, que depois se transformam em modernas construções. “Campina sempre teve uma vocação para o novo, para o moderno, mas isso não pode comprometer seu patrimônio histórico, tendo em vista que não existe modernidade sem passado”, destaca.
De acordo com o coordenador de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande, Josué Cardoso, o poder público dispõe de vários projetos para a recuperação e a preservação do patrimônio histórico da cidade. Ele disse que o Cassino Eldorado está incluído no projeto de reforma da Feira Central e que os armazéns da Estação Velha também possuem um projeto de reforma sendo desenvolvido através da Agência Municipal de Desenvolvimento Econômico (Amde).
Afirmou também que o prédio do antigo Cine Capitólio deverá ser transformado em centro cultural e que a prefeitura já iniciou entendimentos com o Iphan no sentido de viabilizar o melhor projeto arquitetônico para ele.
* Matéria publicada no Caderno Cidades do Jornal da Paraíba no dia 17 de agosto de 2010. Acompanhe no link: http://jornaldaparaiba.globo.com/noticia.php?id=19720
** Estrutura em tijolo e caliça encontrado em uma das escavações na Maciel Pinheiro, fotografado pelo Prof. Juvandi Santos no momento em que uma equipe do IPHAN verificava uma denúncia da SPA. A referida imagem não foi exibida na matéria do Jornal da Paraíba.
A má preservação do patrimônio histórico de Campina Grande tem preocupado a Sociedade Paraibana de Arquelogia (SPA). De acordo com a sociedade, em nome do progresso estão sendo destruídos imóveis que ajudam a contar a história da cidade e não há uma política de preservação instituída no âmbito municipal.
Um dos exemplos que atestam essa situação, segundo o presidente da APA, o historiador Vanderley Brito, são prédios do centro da cidade, tombado em 2002 pelo Instituto Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphan). “Algumas lojas aos poucos vão promovendo adaptações que escondem o valor arquitetônico das fachadas. Não há uma fiscalização e quando existem denúncias, elas já ocorrem depois que o prejuízo histórico ocorreu”, avalia.
Um dos casos de desrespeito mais recente, segundo Vanderley Brito, foi a instalação de uma rede de fibras óticas no centro da cidade sem o devido acompanhamento de especialistas. (veja imagem**) “Durante as escavações promovidas, não havia nenhum arqueólogo. Nesse tipo de obra geralmente surgem vários indícios de materiais que ajudam a contar a história do nosso povo, mas isso foi completamente ignorado”, relata.
Hoje é comemorado o Dia do Patrimônio Histórico, mas na avaliação do presidente da APA, de maneira geral não há muito o que se comemorar. “Prédios históricos como o Cassino Eldorado, o Cine Capitólio, os armazéns da Estação Velha estão em ruínas, enquanto que outros, como o antigo Cine Babilônia, perderam completamente sua essência”, lamenta. Ele também denuncia que na época de veraneio existe um aumento crescente de demolições de casarões antigos, pois é quando as pessoas se divertem em João Pessoa, por exemplo, que as construtoras aproveitam para demolir patrimônios de grande valor histórico, que depois se transformam em modernas construções. “Campina sempre teve uma vocação para o novo, para o moderno, mas isso não pode comprometer seu patrimônio histórico, tendo em vista que não existe modernidade sem passado”, destaca.
De acordo com o coordenador de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande, Josué Cardoso, o poder público dispõe de vários projetos para a recuperação e a preservação do patrimônio histórico da cidade. Ele disse que o Cassino Eldorado está incluído no projeto de reforma da Feira Central e que os armazéns da Estação Velha também possuem um projeto de reforma sendo desenvolvido através da Agência Municipal de Desenvolvimento Econômico (Amde).
Afirmou também que o prédio do antigo Cine Capitólio deverá ser transformado em centro cultural e que a prefeitura já iniciou entendimentos com o Iphan no sentido de viabilizar o melhor projeto arquitetônico para ele.
* Matéria publicada no Caderno Cidades do Jornal da Paraíba no dia 17 de agosto de 2010. Acompanhe no link: http://jornaldaparaiba.globo.com/noticia.php?id=19720
** Estrutura em tijolo e caliça encontrado em uma das escavações na Maciel Pinheiro, fotografado pelo Prof. Juvandi Santos no momento em que uma equipe do IPHAN verificava uma denúncia da SPA. A referida imagem não foi exibida na matéria do Jornal da Paraíba.